“NÃO VOS CHAMEIS MESTRES, PORQUE UM SÓ É O VOSSO MESTRE, QUE É CRISTO”

Autores

  • Raphael GARGIULO Autor/in

Palavras-chave:

Agostinho de Hipona. Sinal. Interior Magister. Idioma. Verdade.

Resumo

Este artigo examina a doutrina de Agostinho sobre o signum, articulando-a com sua interpretação de Mateus 23:10 e com os fundamentos ontológicos, epistemológicos e teológicos da linguagem em seu pensamento. Com base em De Doctrina Christiana, estabelece a distinção entre res e signa, bem como a tipologia entre signos naturais (signa naturalia) e signos convencionais (signa data), destacando que 
a linguagem, como mediação sensível, tem uma função tanto instrumental quanto espiritual, orientada para a verdade e a caridade. Assim, em De Magistro, Agostinho aprofunda a análise da insuficiência da linguagem, argumentando que todo ensinamento humano é relativo, pois somente o Verbo eterno – o Magister interior – pode fornecer a verdadeira compreensão, deslocando o eixo do conhecimento da exterioridade para a interioridade iluminada pela graça. Por sua vez, no De Trinitate, o signo adquire um estatuto ontológico, na medida em que a própria estrutura da alma — memória, inteligência e vontade — reflete analogicamente o dinamismo trinitário, em que a linguagem se configura como participação no Verbo. Assim, a teoria do signo de Agostinho articula uma semiótica que não se reduz à pragmática nem à linguística, mas assume uma dimensão ontoteológica, na qual o signo, quando devidamente ordenado, torna-se um meio de acesso à Verdade e de participação na vida divina. 

Clique aqui para baixar o artigo completo. 

Biografia do Autor

  • Raphael GARGIULO

    Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), tendo como linha de pesquisa: Metafísica e Ontologia Geral.

Publicado

2025-09-19