A ENTRADA DO DEUS JUDEO-CRISTÃO E A TRANSFIGURAÇÃO DA LINGUAGEM FILOSÓFICA NAS CONFISSÕES DE AGOSTINHO

Autores

  • Eduardo Alvim Passarella FREIRE Autor/in

Palavras-chave:

Agostinho, Confissões, Linguagem, Hermenêutic

Resumo

O presente artigo procura investigar, sob uma perspectiva filosófico-teológica e hermenêutica, o fenômeno da entrada do Deus Judeo-Cristão como elemento estruturante da transfiguração da expressão na obra Confessiones de Agostinho de Hipona. A partir de uma análise filológica e fenomenológica do texto latino, busca-se compreender como a irrupção do nome divino – Deus como, o “Eu sou” – desestabiliza as categorias ordinárias da linguagem, deslocando o dizer agostiniano de um plano meramente narrativo para uma dimensão performativa, oracional e teofânica. Nesse sentido, a expressão, na esteira da tradição neoplatônica, não apenas remete, todavia se converte em mediação da presença: a voz que clama não apenas diz Deus, entretanto é dita por Ele. A expressão confessional, portanto, torna-se lugar de epifania do Logos, onde a interioridade do sujeito é atravessada por uma alteridade radical. O vigente trabalho dialoga com autores como Plotino, Orígenes, Heidegger e Marion, articulando a noção de palavra transfigurada como evento ontológico que excede o signo e transborda em oração. O artigo propõe, por fim, que as Confissões configuram um locus hermenêutico singular no qual a linguagem se redime ao reconhecer seus próprios limites diante do Inominável, permitindo que o nome de Deus Judeo-Cristão não seja apenas pronunciado, todavia acolhido como revelação que reconfigura o sujeito, o tempo e a própria Escritura. 

 

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Biografia do Autor

  • Eduardo Alvim Passarella FREIRE

    Mestre em Filosofia, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Assistente, revisor e membro do corpo editorial do
    periódico Translatio: associada ao Grupo de Trabalho (GT) História da Filosofia Medieval e Recepção da Filosofia Antiga. Bacharel em Direito pelo Instituto Vianna Júnior (FIVJ) e Graduando em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) MG

Publicado

2025-09-22