A expressão “setenta vezes sete” na Escritura judaico-cristã
Palavras-chave:
Setenta vezes sete, Numerologia bíblica Sagrada Escritura, Lamec, Jesus.Resumo
A linguagem humana é capaz de concretizar inúmeros conceitos outrora armazenados no intelecto. Entre eles, existem algumas imagens que representam a ideia de completude, abrangência e perenidade como a questão dos números. A Sagrada Escritura verbaliza a Palavra de Deus nas palavras humanas, portanto, as expressões contidas nas Escrituras são reflexos da compreensão, captação e encarnação da mensagem divina transcrita em convenções linguísticas de uma determinada época. Conhecer os diversos gêneros literários que um texto pode apresentar, elucida o leitor para que tome cuidado com a leitura do texto e a aplicação da mesma na vida pessoal e eclesial. Assim sendo, o presente estudo analisa a ocorrência da expressão “setenta vezes sete” nos textos bíblicos de Gn 4,23-24 e Mt 18,21-22, a fim de apresentar dois personagens diametralmente antagônicos: Lamec e Jesus. Tomando por base a relevância da numerologia bíblica, que nas duas seções expressa a intensidade da ação, vê-se como o cântico vindicativo de Lamec é contraposto à “nova instrução” dada por Jesus a Pedro. Com o intuito de se perceber a ambiguidade da expressão, ambos os textos são escolhidos e analisados não só pelo fato de apresentarem o termo em foco, mas, também, por sinalizarem duas temáticas conflitantes no humano: vingança e perdão. O ser humano precisa escolher ser permanente em fazer o bem ou fazer o mal; em conceder o perdão ou praticar a vingança. Uma vez que a sentença de YHWH ressoa no Novo Testamento (Dt 32,35; Rm 12,19), a predominância das ações deve vir da instrução do Filho, que pede a prática da compaixão.
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